MITOLOGIA DO ÒRISÁ ÒGÚN
Ogun é filho de Iemanjá e irmão mais velho de Exu e Oxossi. Por este ultimo nutre um enorme sentimento, um amor de irmão verdadeiro e poderoso, capaz de matar e aniquilar quem puser em risco a tranqüilidade de seu mano Oxossi. Há quem diga, até, que Ogun zela mais pelos filhos de Oxossi que pelos seus próprios, tal é o sentimento que ele tem pelo irmão.
Ogum era um caçador, tranqüilo, calmo, pacato. Bom filho, bom irmão, atencioso e trabalhador. Era ele quem provia sua casa e família, pois Exu gostava de viajar pelo mundo. Oxossi, ao contrario, era mais descansado e contemplativo. Como irmão mais velho, então Ogun cuidava da caça, dos concertos, etc. Mas, dentro de seu coração, existia um enorme desejo em “ganha o mundo”, como seu irmão Exu.
Num belo dia, ao voltar de uma exaustiva caçada, Ogun viu sua casa e família ameaçada por guerreiros de terras distantes. Ao ver a casa em chamas e seus entes queridos clamando por socorro, Ogun tomou-se de ira e, sozinho, cheio de ódio, arrasou com os agressores, não deixando um só de pé.
Daí por diante Ogun iniciou Oxossi na arte das caça; mostrou-lhe os caminhos e trilhas da floresta e lhe disse:
- Sempre que estiveres em perigo pense no seu irmão. Onde eu estiver voltarei para defendê-lo.
Aproximou-se de Iemanjá e se despediu:
- Mãe, preciso ir. Preciso vencer e conquistar. Está no meu sangue, essa é a minha vontade.
Desta forma, Ogun partiu e tornou-se o maior guerreiro do mundo. Mesmo sem exercito, vencia todos os exércitos, conquistando tudo aquilo que queria. Ogun se tornou a vitória, a força da conquista.
Esse Orixá, de temperamento explosivo e coração quente, é a força da Natureza talvez mas temida e respeita. Ogun é o gás, a explosão, a guerra, o choque de dois carros, o ferro retorcido, a luta entre os homens e os animais. Ogun é a valentia, a bravura, a coragem, a estocada, a largada, a chegada vitoriosa.
Ogun também é o ciúme, o desabafo, a disputa. Senhor dos metais e incapaz de ser derrotado.
O elemento de Ogun é a terra, e dependendo das qualidades , ou sejam sua fundamentação, carrega também os elementos água e ar.
Quando você sentir seu pulso, seu coração batendo, tenha certeza, Ogun está presente. Quando sentir que seu sangue corre nas veias, pense com convicção. Ogun está presente. Enquanto sentir que existe vida dentro de si, saiba, Ogun a está mantendo e abençoado.
terça-feira, 6 de março de 2012
segunda-feira, 5 de março de 2012
A linha é um todo, com suas características gerais, ditas acima, mas diferenças ocorrem porque os Pretos-Velhos são trabalhadores de orixás e trazem para sua forma de trabalho a essência da irradiação do Orixá para quem eles trabalham. Essas diferenças são evidenciadas na incorporação e também na maneira de trabalhar e especialidade deles. Para exemplificar, separaremos abaixo por Orixás:
Pretos-Velhos De Ogum: São mais rápidos na sua forma incorporativa e sem muita paciência com o médium e as vezes com outras pessoas que estão cambonando e até consulentes. São diretos na sua maneira de falar, não enfeitam muito suas mensagens, as vezes parece que estão brigando, para dar mesmo o efeito de “choque”, mais são no fundo extremamente bondosos tanto para com seu médium e para as outras pessoas. São especialistas em consultas encorajadoras, ou seja, encorajando e dando segurança para aqueles indecisos e “medrosos”. É fácil pensar nessa característica pois Ogum é um Orixá considerado corajoso.
Pretos-Velhos De Oxum: São mais lentos na forma de incorporar e até falar. Passam para o médium uma serenidade inconfundível. Não são tão diretos para falar, enfeitam o máximo a conversa para que uma verdade dolorosa possa ser escutada de forma mais amena, pois a finalidade não é “chocar” e sim, fazer com que a pessoa reflita sobre o assunto que está sendo falado. São especialistas em reflexão, nunca se sai de uma consulta de um Preto-Velho de Oxum sem um minuto que seja de pensamento interior. As vezes é comum sair até mais confuso do que quando entrou, mas é necessário para a evolução daquela pessoa.
Pretos-Velhos De Xangô: Sua incorporação é rápida como as de Ogum. Assim como os caboclos de Xangô, trabalham para causas de prosperidade sólida, bens como casa própria, processo na justiça e realizações profissionais. Passam seriedade em cada palavra dita. Cobram bastante de seus médiuns e consulentes.
Pretos-Velhos De Iansã: São rápidos na sua forma de incorporar e falar. Assim como os de Ogum, não possuem também muita paciência para com as pessoas. Essa rapidez é facilmente entendida, pela força da natureza que os rege, e é essa mesma força lhes permite uma grande variedade de assuntos com os quais ele trata, devido a diversidade que existe dentro desse único Orixá. Geralmente suas consultas são de impacto, trazendo mudança rápida de pensamento para a pessoa. São especialistas também em ensinar diretrizes para alcançar objetivos, seja pessoal, profissional ou até espiritual. Entretanto, é bom lembrar que sua maior função é o descarrego. É limpar o ambiente, o consulente e demais médiuns do terreiro, de eguns ou espíritos de parentes e amigos que já se foram, e que ainda não se conformaram com a partida permanecendo muito próximos dessas pessoas.
Pretos-Velhos De Oxossi: São os mais brincalhões, suas incorporações são alegres e um pouco rápidas. Esses Pretos-Velhos geralmente falam com várias pessoas ao mesmo tempo. Possuem uma especialidade: A de receitar remédios naturais, para o corpo e a alma, assim como emplastros, banhos e compressas, defumadores, chás, etc… São verdadeiros químicos em seus tocos. – Afinal não podiam ser diferentes, pois são alunos do maior “químico” – Oxossi.
Pretos-Velhos De Nanã: São raros, sua maneira de incorporação é de forma mais envelhecida ainda. Lenta e muito pesada. Enfatizando ainda mais a idade avançada. Falam rígido, com seriedade profunda. Não brincam nas suas consultas e prezam sempre o respeito, tanto do médium quanto do consulente, e pessoas a volta como: cambonos e pessoas do terreiro em geral e principalmente do pai ou da mãe de santo. Cobram muito do seu médium, não admitem roupas curtas ou transparentes. Seu julgamento é severo. Não admite injustiça. Costumam se afastar dos médiuns que consideram de “moral fraca”. Mais prezam demais a gratidão, de uma forma geral. Podem optar por ficar numa casa, se seu médium quiser sair, se julgar que a casa é boa, digna e honrada. É difícil a relação com esses guias, principalmente quanto há discordância, ou seja, não são muito abertos a negociação no momento da consulta. São especialistas em conselhos que formem moral, e entendimento do nosso karma, pois isso sem dúvida é a sua função. Atuam também como os de Inhasã e Obaluaiê, conduzindo Eguns.
Pretos-Velhos De Obaluaiê: São simples em sua forma de incorporar e falar. Exigem muito de seus médiuns, tanto na postura quanto na moral. Defendem quem é certo ou quem está certo, independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros. Agarram-se a seus “filhos” com total dedicação e carinho, não deixando no entanto de cobrar e corrigir também. Pois entendem que a correção é uma forma de amar. Devido a elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham, acabam transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos demais Pretos-Velhos. Ou seja, se adaptam a qualquer assunto e falam deles exatamente com a precisão do momento. Como trabalha para Obaluaiê, e este é o “dono das almas”, esses Pretos-Velhos são geralmente chefes de linha e assim explica-se a facilidade para trabalhar para vários assuntos. Sua “visão” é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar projetos distantes e longos para seus consulentes. Tanto pessoal como profissional e até espiritual. Assim exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projetos não saiam errado, para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer passo a passo tudo que lhes for pedido, apenas confiando nesses Pretos-Velhos. Gostam de contar histórias para enriquecer de conhecimento o médium e as pessoas a volta.
Pretos-Velhos De Iemanjá: São belos em suas incorporações, contudo mantendo uma enorme simplicidade. Sua fala é doce e meiga. Sua especialidade maior é sem dúvida os conselhos sobre laços espirituais e familiares. Gostam também de trabalhar para fertilidade de um modo geral, e especialmente para as mulheres que desejam engravidar. Utilizando o movimento das ondas do mar, são excelentes para descarregos e passes.
Pretos-Velhos De Oxalá: São bastante lentos na forma de incorporar, tornam-se belos principalmente pela simplicidade contida em seus gestos. Raramente dão consulta, sua maior especialidade é dirigir e instruir os demais Pretos-Velhos. Cobram bastante de seus médiuns, principalmente no que diz respeito a prática de caridade, bom corpontamento moral dentro e fora do terreiro, ausência de vícios, humildade; enfim o cultivo das virtudes mais elevadas.
Para falar dos pretinhos-velhos é preciso resgatar uma lamentável época da história da nossa colonização: a escravidão dos negros africanos. As grandes Metrópoles (Portugal, Espanha, Inglaterra, França, etc.) subjulgavam suas colônias, fazendo dos negros mercadorias, objetos sem direitos ou alma.
No Brasil os escravos negros chegavam por Recife e Salvador, nos séculos XVI e XVII, e no Rio de Janeiro, no século XVIII. Os primeiros grupos que vieram para essas regiões foram os bantos; cabindos; sudaneses; iorubás; geges; hauçá; minas e malês. A valorização do tráfico negreiro, fonte da riqueza colonial, custou-nos quatro séculos, do XV ao XIX, de exploração escancarada (entre escravizados e mortos 65 a 75 milhões de pessoas). Um contingente que constituiu uma parte considerável da população local.
Desse contexto, é importante perceber como seus cultos eram a forma dos escravos resistiam, simbolicamente, à dominação. A “macumba” era, (e ainda é!) um ritual de liberdade, protesto, reação à opressão. As rezas, batucadas, danças e cantos representavam maneiras de aliviar a asfixia da escravidão.
Estes negros aos poucos conseguiram envelhecer e constituir – mesmo de maneira precária – uma união representativa da língua, do culto aos Orixás e aos antepassados e, tornaram-se, assim, um elemento de referência para os mais novos. Quem refletia os velhos costumes da Mãe África. Assim, eles conseguiam preservar e até modificar, no sincretismo, parte importante de sua cultura e sua religião.
Hoje, pensar na corrente das alma – essa linha tão bendita que, humildemente celebramos no mês de Maio – é o mesmo que pensar nessas milhares de espíritos que desencarnaram, cada qual, em situações bastante adversa, mas que hoje voltaram para a prática da caridade e do aprimoramento moral e espiritual. Até porque, muitos eram os que morriam precocemente, daí a missão desses espíritos em dar continuidade em seus adiantamentos, por partirem quando suas missões ainda não estava totalmente cumprida.
Muitos ainda, usando seu linguajar característico, praticando os sagrados rituais do culto, utilizados desde tempos imemoriais, manifestaram-se em indivíduos previamente selecionados de acordo com a sua ascendência (linhagem), costumes, tradições e cultura. A legião de espíritos chamados “pretos-velhos” foi formada no Brasil, como parte integrante e fundamental do Culto aos Orixás.
Formação da Falange dos Pretos-Velhos na Umbanda
Depois de mortos, passaram a surgir em lugares adequados, principalmente para se manifestarem. Ao se incorporarem, trazem os Pretos-Velhos os sinais característicos das tribos a que pertenciam. O dia em que a Umbanda homenageia os Pretos-Velhos é 13 de maio, que é a data em que foi assinada a Lei Áurea (libertação dos escravos).
Eles representam a humildade, força de vontade, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referência para todos aqueles que necessitam: curam, ensinam, educam pessoas e espíritos sem luz. Não têm raiva ou ódio pelas humilhações, atrocidades e torturas a que foram submetidos no passado.
Com seus cachimbos, fala pausada, tranqüilidade nos gestos, eles escutam e ajudam àqueles que necessitam, independentes de sua cor, idade, sexo e de religião. São extremamente pacientes com os seus filhos e, como poucos, sabem discorrer sobre conceitos como karma e resignação como ninguém
Não se pode dizer que em sua totalidade esses espíritos são diretamente os mesmos Pretos-Velhos da escravidão. Pois, no processo cíclico da reencarnação passaram por muitas vidas anteriores foram: negros escravos, filósofos, médicos, ricos, pobres, iluminados, e outros. Mas, para ajudar aqueles que necessitam escolheram ou foram escolhidos para voltar a terra em forma incorporada de Preto-Velho. Outros, nem negros foram, mas escolheram como missão voltar nessa pseudo-forma. Assim como crianças, caboclos e outras Linhas de Umbanda. Esses espíritos assumem esta forma com o objetivo de manter uma perfeita comunicação com aqueles que os vão procurar em busca de ajuda assim, com essa identidade e afinidade.
O espírito que evoluiu tem a capacidade de assumir qualquer forma, pois ele é energia viva e conduzente de luz, a forma é apenas uma conseqüência do que eles tenham que fazer na terra. Tudo isso vai de acordo com o seu trabalho, sua missão.
Para muitos os Pretos-Velhos são conselheiros mostrando a vida e seus caminhos; para outros, são pisicólogos, amigos, confidentes, mentores espirituais; para outros, são os exorcistas que lutam com suas mirongas, banhos de ervas, pontos de fogo, pontos riscados e outros, apoiados pelos exus desfazendo trabalhos. Também combatem as forças negativas (o mal), espíritos obssessores e kiumbas.
Características:
- Linha e Irradiação: Todos os Pretos-Velhos vem na linha de Obaluaiê, mas cada um vem na irradiação de um Orixá diferente
- Fios de Contas (Guias): Muitos dos Pretos-Velhos Gostam de Guias com Contas de Rosário de Nossa Senhora, alguns misturam favas e colocam Cruzes ou Figas feitas de Guiné ou Arruda
- E um detalhe curioso: Essas cores são usadas porque, sendo os Pretos-Velhos almas de escravos, lembram que eles só podiam andar de branco ou xadrez preto e branco, em sua maioria. Temos também a Guia de lágrima de Nossa Senhora, semente cinza com uma palha dentro. Essa Guia vem dos tempos dos cativeiros, porque era o material mais fácil de se encontrar na época dos escravos, cuja planta era encontrada em quase todos os lugares.
- Roupas: Preta e branca; carijó (xadrez preto e branco). As Pretas-Velhas às vezes usam lenços na cabeça e/ou batas; e os Pretos-Velhos às vezes usam chapéu de palha.
- Bebida: Café preto, vinho tinto, vinho moscatel, cachaça com mel (às vezes misturam ervas, sal, alho e outros elementos na bebida).
- Dia da semana: Segunda-feira
- Planeta regente: Saturno
- Cor representativa: preto e branco;
- Saudação: “Adorei as Almas”
- Fumo: cachimbos ou cigarros de palha.
- Obs: Os Pretos-Velhos às vezes usam bengalas ou cajados.
sexta-feira, 2 de março de 2012
Pelas encruzilhadas da Vida quem guia os meus olhos e meu coração é a Luz emanada pelos Orixás...
Sempre que posso relembro aos meus filhos de corrente que o fato de vestirmos o branco não nos exime das responsabilidades, dores e alegrias do cotidiano. O fato de nos reunirmos semanalmente para o atendimento ao próximo não nos exime de também precisarmos de ajuda e de buscarmos orientação e modificação.
Parece tão óbvio, mas não é. Não raro ouvi médiuns falarem: "mas continuo com problemas; minha vida não muda; ainda encontro dificuldades para isso ou aquilo, mesmo tendo entrado na Umbanda; achei que depois que vestisse o branco tudo ia mudar". Pois é...
O fato é que nós também temos que fazer a nossa parte. O axé, a reza, a luz da vela...tudo isso tem um fundamento e um potencial magístico sim, mas nós temos que nos orientar à mudança, ao desapego, a reflexão, ao desafio cotidiano de melhorar nosso íntimo. Transformar, mudar, evoluir...seguir o fluxo que a Vida nos indica, isso é o milagre e isso é o mérito de desenvolvermos nossa mediunidade e, principalmente nossa espiritualidade.
Gosto quando ouço um médium ou um consulente falando: o que foi dito me fez pensar; depois que entrei na Umbanda vejo a vida de outra forma...gosto porque mostra que o foco dessa pessoa está mudando. Deixando de ser apenas para o pedido, a lamentação, passando para a transformação tão aguardada pelos planos mais sutis do Espírito - ou, em outras palavras: "tão aguardada pela egrégora espiritual e evolutiva de cada Espírito". Como todo aprendizado ocorre em etapas, também em etapas nossos pedidos vão sendo depurados e nossos objetivos vão se iluminando. Mas frizo que essas etapas devem ocorrer...pois disso decorre também a evolução das Casas de Fé e da própria religião.
A Umbanda não acontece apenas nas esferas espirituais que conhecemos, mas também em altos graus de consideração astral. Nós Umbandistas somos responsáveis, inclusive, por ajudar nossa religião à caminhar rumo à esses patamares. E isso ocorre por nossa postura em todos os sentidos. Nossa religião evolui a medida que, nós, seguidores, também evoluímos.
Orientar para o Bem, ensinar os mais novos os fundamentos, ajudar aos nossos irmãos e filhos de fé a questionar, comentar - falar sobre sua religião, sobre sua mediunidade, com respeito e sinceridade, ajudar a transpor os conceitos de amor, fé e caridade para o dia a dia...levando o melhor da Umbanda, dos ensinamentos de nossos mentores para nossa Vida real, desafiadora...isso também é função das Casas do Axé. Isso também é função do médium umbandista: levar para sua jornada a espiritualidade e não apenas a mediunidade.
Médiuns todos somos - por definição; mas espiritualizados, nem todos somos. Nossa religião precisa de seguidores espiritualizados, orientadores de seus próprios caminhos...pessoas que assumam a dificuldade de se viver encarnado, mas com a certeza de que os Divinos Orixás vão lhe despertar as forças necessárias para transpor os obstáculos e que o conhecimento ofertado pelos Mentores serão o alento e a semente de sentimentos mais nobres, lentes para enxergar o mundo interior e exterior no tempo de Oyá.
Nossa religião é muito bonita, assim como a luz de Oxum; nossa religião é grande, universalista, nela cabem todos os filhos de Zambi, assim como no coração de Iemanjá; ela é alegre como a risada dos Êres e as cores de Oxumaré; a Umbanda manifesta a sabedoria da Vida, própria dos que ja vieram antes e já trilharam sua própria jornada, como nos ensinam os mais velhos, nossos amados Tatas, à exemplo de Nanã e Omulu. Nossa religião é forte e destemida como Ogum e Iansã, mas também sabe ser justa e equilibrada como Xangô. A Umbanda nos proporciona a cura de nossa alma seja pelas folhas de Oxóssi, pelas raízes de Obá ou pelo modelo de humildade dos Pretos Velhos... ela, a religião é, portanto, plena realização da Fé de Oxalá...
o questionamento que deixo é a respeito de nós...a religião precisa de nós para sua manifestação...como será que temos feito isso? qual o uso que temos dado às Casas de Fé que frequentamos, qual a função que estamos atribuindo aos Pais, Mães de Santo e médiuns de Umbanda? e, por fim, qual a finalidade e uso temos dado ao fato mediúnico?
ao acolher nossas respostas, observando-as e refletindo sobre, poderemos ter uma idéia do que estamos fazendo da nossa Vida e da Umbanda em nossa vida...
Sempre que posso relembro aos meus filhos de corrente que o fato de vestirmos o branco não nos exime das responsabilidades, dores e alegrias do cotidiano. O fato de nos reunirmos semanalmente para o atendimento ao próximo não nos exime de também precisarmos de ajuda e de buscarmos orientação e modificação.
Parece tão óbvio, mas não é. Não raro ouvi médiuns falarem: "mas continuo com problemas; minha vida não muda; ainda encontro dificuldades para isso ou aquilo, mesmo tendo entrado na Umbanda; achei que depois que vestisse o branco tudo ia mudar". Pois é...
O fato é que nós também temos que fazer a nossa parte. O axé, a reza, a luz da vela...tudo isso tem um fundamento e um potencial magístico sim, mas nós temos que nos orientar à mudança, ao desapego, a reflexão, ao desafio cotidiano de melhorar nosso íntimo. Transformar, mudar, evoluir...seguir o fluxo que a Vida nos indica, isso é o milagre e isso é o mérito de desenvolvermos nossa mediunidade e, principalmente nossa espiritualidade.
Gosto quando ouço um médium ou um consulente falando: o que foi dito me fez pensar; depois que entrei na Umbanda vejo a vida de outra forma...gosto porque mostra que o foco dessa pessoa está mudando. Deixando de ser apenas para o pedido, a lamentação, passando para a transformação tão aguardada pelos planos mais sutis do Espírito - ou, em outras palavras: "tão aguardada pela egrégora espiritual e evolutiva de cada Espírito". Como todo aprendizado ocorre em etapas, também em etapas nossos pedidos vão sendo depurados e nossos objetivos vão se iluminando. Mas frizo que essas etapas devem ocorrer...pois disso decorre também a evolução das Casas de Fé e da própria religião.
A Umbanda não acontece apenas nas esferas espirituais que conhecemos, mas também em altos graus de consideração astral. Nós Umbandistas somos responsáveis, inclusive, por ajudar nossa religião à caminhar rumo à esses patamares. E isso ocorre por nossa postura em todos os sentidos. Nossa religião evolui a medida que, nós, seguidores, também evoluímos.
Orientar para o Bem, ensinar os mais novos os fundamentos, ajudar aos nossos irmãos e filhos de fé a questionar, comentar - falar sobre sua religião, sobre sua mediunidade, com respeito e sinceridade, ajudar a transpor os conceitos de amor, fé e caridade para o dia a dia...levando o melhor da Umbanda, dos ensinamentos de nossos mentores para nossa Vida real, desafiadora...isso também é função das Casas do Axé. Isso também é função do médium umbandista: levar para sua jornada a espiritualidade e não apenas a mediunidade.
Médiuns todos somos - por definição; mas espiritualizados, nem todos somos. Nossa religião precisa de seguidores espiritualizados, orientadores de seus próprios caminhos...pessoas que assumam a dificuldade de se viver encarnado, mas com a certeza de que os Divinos Orixás vão lhe despertar as forças necessárias para transpor os obstáculos e que o conhecimento ofertado pelos Mentores serão o alento e a semente de sentimentos mais nobres, lentes para enxergar o mundo interior e exterior no tempo de Oyá.
Nossa religião é muito bonita, assim como a luz de Oxum; nossa religião é grande, universalista, nela cabem todos os filhos de Zambi, assim como no coração de Iemanjá; ela é alegre como a risada dos Êres e as cores de Oxumaré; a Umbanda manifesta a sabedoria da Vida, própria dos que ja vieram antes e já trilharam sua própria jornada, como nos ensinam os mais velhos, nossos amados Tatas, à exemplo de Nanã e Omulu. Nossa religião é forte e destemida como Ogum e Iansã, mas também sabe ser justa e equilibrada como Xangô. A Umbanda nos proporciona a cura de nossa alma seja pelas folhas de Oxóssi, pelas raízes de Obá ou pelo modelo de humildade dos Pretos Velhos... ela, a religião é, portanto, plena realização da Fé de Oxalá...
o questionamento que deixo é a respeito de nós...a religião precisa de nós para sua manifestação...como será que temos feito isso? qual o uso que temos dado às Casas de Fé que frequentamos, qual a função que estamos atribuindo aos Pais, Mães de Santo e médiuns de Umbanda? e, por fim, qual a finalidade e uso temos dado ao fato mediúnico?
ao acolher nossas respostas, observando-as e refletindo sobre, poderemos ter uma idéia do que estamos fazendo da nossa Vida e da Umbanda em nossa vida...
quinta-feira, 1 de março de 2012
Caboclos de Ogum:
Águia Branca, Águia Dourada, Águia Solitária, Araribóia, Beira-Mar, Caboclo da Mata, Icaraí, Caiçaras Guaraci, Ipojucan, Itapoã, Jaguaré, Rompe-mato, Rompe-nuvem, Sete Matas, Sete Ondas, Tamoio, Tabajara, Tupuruplata, Ubirajara, Rompe-Ferro, Rompe-Aço
Caboclos de Xangô:
Araúna, Cajá, Caramuru, Cobra Coral, Caboclo do Sol, Girassol, Guaraná, Guará, Goitacaz, Jupará, Janguar, Rompe-Serra, Sete Caminhos, Sete Cachoeiras, Sete Montanhas, Sete Estrelas, Sete Luas, Tupi, Treme-Terra, Sultão das Matas, Cachoeirinha, Mirim, Urubatão da Guia, Urubatão, Ubiratan, Cholapur.
Caboclos de Oxóssi:
Caboclo da Lua, Arruda, Aimoré, Boiadeiro, Ubá, Caçador, Arapuí, Japiassu, Junco Verde, Javari, Mata Virgem, Pena Branca, Pena Dourada, Pena Verde, Pena Azul, Rompe-folha, Rei da Mata, Guarani, Sete Flechas, Flecheiro, Folha Verde,, Tupinambá, Tupaíba, Tupiara, Tapuia, Serra Azul, Paraguassu, Sete Encruzilhadas.
Caboclos de Omulu:
Arranca-Toco, Acuré, Aimbiré, Bugre, Guiné, Gira-Mundo, Iucatan, Jupuri, Uiratan, Alho-d'água, Pedra Branca, Pedra Preta, Laçador, Roxo, Grajaúna, Bacuí, Piraí, Suri, Serra Verde, Serra Negra, Tira-teima, Seta-Águias, Tibiriçá, Vira-Mundo, Ventania.
Caboclas de Iansã:
Bartira, Jussara, Jurema, Japotira, Maíra, Ivotice, Valquíria, Raio de Luz, Palina, Poti, Talina, Potira
Caboclas de Iemanjá:
Diloé, Cabocla da Praia, Estrela d'Alva, Guaraciaba, Janaína, Jandira, Jacira, Jaci, Sete Ondas, Sol Nascente
Caboclas de Oxum:
Iracema, Imaiá Jaceguaia, Juruema, Juruena, Jupira, Jandaia, Araguaia, Estrela da Manhã, Tunué, Mirini, Suê
Caboclas de Nanã:
Assucena, Inaíra, Juçanã, Janira, Juraci, Jutira, Luana, Muraquitan, Sumarajé, Xista, Paraquassu
Caboclinhos da Ibeijada:
Nesta querida falange, encontramos os Caboclinhos e Caboclinhas do Mato que se manifestam em sua forma indígena.
Águia Branca, Águia Dourada, Águia Solitária, Araribóia, Beira-Mar, Caboclo da Mata, Icaraí, Caiçaras Guaraci, Ipojucan, Itapoã, Jaguaré, Rompe-mato, Rompe-nuvem, Sete Matas, Sete Ondas, Tamoio, Tabajara, Tupuruplata, Ubirajara, Rompe-Ferro, Rompe-Aço
Caboclos de Xangô:
Araúna, Cajá, Caramuru, Cobra Coral, Caboclo do Sol, Girassol, Guaraná, Guará, Goitacaz, Jupará, Janguar, Rompe-Serra, Sete Caminhos, Sete Cachoeiras, Sete Montanhas, Sete Estrelas, Sete Luas, Tupi, Treme-Terra, Sultão das Matas, Cachoeirinha, Mirim, Urubatão da Guia, Urubatão, Ubiratan, Cholapur.
Caboclos de Oxóssi:
Caboclo da Lua, Arruda, Aimoré, Boiadeiro, Ubá, Caçador, Arapuí, Japiassu, Junco Verde, Javari, Mata Virgem, Pena Branca, Pena Dourada, Pena Verde, Pena Azul, Rompe-folha, Rei da Mata, Guarani, Sete Flechas, Flecheiro, Folha Verde,, Tupinambá, Tupaíba, Tupiara, Tapuia, Serra Azul, Paraguassu, Sete Encruzilhadas.
Caboclos de Omulu:
Arranca-Toco, Acuré, Aimbiré, Bugre, Guiné, Gira-Mundo, Iucatan, Jupuri, Uiratan, Alho-d'água, Pedra Branca, Pedra Preta, Laçador, Roxo, Grajaúna, Bacuí, Piraí, Suri, Serra Verde, Serra Negra, Tira-teima, Seta-Águias, Tibiriçá, Vira-Mundo, Ventania.
Caboclas de Iansã:
Bartira, Jussara, Jurema, Japotira, Maíra, Ivotice, Valquíria, Raio de Luz, Palina, Poti, Talina, Potira
Caboclas de Iemanjá:
Diloé, Cabocla da Praia, Estrela d'Alva, Guaraciaba, Janaína, Jandira, Jacira, Jaci, Sete Ondas, Sol Nascente
Caboclas de Oxum:
Iracema, Imaiá Jaceguaia, Juruema, Juruena, Jupira, Jandaia, Araguaia, Estrela da Manhã, Tunué, Mirini, Suê
Caboclas de Nanã:
Assucena, Inaíra, Juçanã, Janira, Juraci, Jutira, Luana, Muraquitan, Sumarajé, Xista, Paraquassu
Caboclinhos da Ibeijada:
Nesta querida falange, encontramos os Caboclinhos e Caboclinhas do Mato que se manifestam em sua forma indígena.
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